quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Cetinje: a cidade real debaixo de neve

13.02.2018
Estamos em Cetinje (lê-se “Cetinhe”) e fomos surpreendidos esta manhã quando abrimos a janela com um verdadeiro nevão!

Nevou a noite inteira e a neve já acumulou quase meio metro no chão. Cobre tudo, todas as árvores. Estávamos quentinhos na cama (eram 7.30) mas com esse cenário, levantamos-nos tipo mola. Rapidamente fomos ver a cidade debaixo do branco. Parece-se completamente diferente de ontem à noite. É encantadora. Os edifícios são coloridos, bem preservados e envoltos em clima histórico. Sabíamos apenas que lhe chamam a cidade “royal”.




Assim que chegamos, fomos abordados em inglês por um local (as nossas mochilas denunciam-nos imediatamente como turistas), que nos perguntou de onde éramos. Quando dissemos “Portugal”, ele responde: “ah, Lisabonne...Samarago!!” (O erro ao nosso Nobel Saramago é bastante perdoável quando nós passamos o tempo a dar pregos na língua deles!). Uau...algo é diferente neste lugar...quando as referências ao nosso país são à literatura e não ao futebol!
Cetinje dá vontade de passear e explorar. No entanto, parece que o que é mais frequente são visitas passageiras. Turistas chegam em grandes autocarros de excursão, despejam pessoas para visitar os palácios e os museus durante umas horas, para depois regressarem aos respectivos autocarros e seguirem rapidamente os seus caminhos. É pena. Há aqui tanto mais!!

Os edifícios são maioritariamente do início do século XX. Há bastantes que são peculiares mas um dos mais interessantes (até pela sua estranheza), é da antiga embaixada francesa. Resa a história que foi encomendado para ser a embaixada francesa no Cairo mas por um erro na morada dos correios, veio parar a Cetinje, nos Balcãs. Ficou... e toda a cidade o tem como um dos mais emblemáticos, entre outras particularidades, pelos seus azulejos coloridos.
Esta é uma cidade jovem, de estudantes. Das artes, da literatura. Aqui todos falam (e gostam de falar), Inglês. Os cafés são com carácter e há os para todos os gostos: o dos “freaks”, o dos cinéfilos, o dos hippies, os da moda...enfim!

Algo que não conseguimos habituarmo-nos foi o fumo do tabaco em locais fechados. Uns anos de políticas anti-tabagistas em Portugal “habituaram-nos bem” e agora aqui, que se fuma em tudo o que é restaurante e café (não só nesta cidade mas em todo o Montenegro), deixa-nos bastante incomodados (sensação de roupa a cheirar a fumo de tabaco constantemente!). Mas aqui parece que fumar ainda é encarado como “trendy”: novos e velhos estão constantemente com um cigarro na mão.

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