domingo, 25 de fevereiro de 2018

Albânia, here we are!

15.02.2018




 Chegámos à Albânia! Estamos em Shkodra e o Pedro sofreu uma decepção enorme (tipo "quadro do menino com lágrimas nos olhos")... As estradas para as montanhas estão cortadas por causa do nevão!
Tínhamos considerado fazer a caminhada que muita gente considera das mais bonitas, entre Teth e Valbone, nos Alpes albaneses (embora soubéssemos que havia forte possibilidade de não ser possível devido ao tempo). Nem que pelo menos desse para irmos até Teth e fazermos uma caminhada mais curta por lá. Mas demonstrou-se impossível. Então...tivemos de considerar planos B. 

Decidimos ficar por Shkodra mais uma noite, para avaliar as nossas alternativas. Esta cidade quase fronteiriça, fica perto do lago também com o mesmo nome, característico pelo seu formato em "golfinho", em que metade fica em Montenegro e a outra metade na Albânia. Um amigo que passou por estes lados no verão, referiu que uma das coisas que mais gostou, foi descobrir Shoker de bicicleta. Pegámos na experiência positiva dele (obrigada Fábio!) e fomos descobrir o grande lago que dá nome à cidade.



Até sairmos da cidade, foi o caos! É completamente diferente das de Montenegro. Há um clima meio turco/marroquino (talvez resultante da influência otomana que ocupou este território) com um trânsito caótico de carros, bicicletas e pessoas a atravessarem-se à frente. Vale-nos os carros passarem por nós com um cuidado que não existe em lado nenhum em Portugal.
Assim que chegámos ao lago, ficámos deslumbrados pela paisagem. Uau! Inexplicável...


 

E a cereja no topo do bolo foi um almoço num sitio mesmo em frente ao lago, com vista para as montanhas cheias de neve na outra margem, ao calor de uma salamandra...


Detalhe de uma Albânia contemporânea...
By Silvia    

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Montenegro, em 3 tempos!

14.02.2018

Estamos a dizer adeus a Montenegro, para saudarmos agora a Albânia.

Fronteira entre Montenegro e Albânia. Dentro do autocarro, ainda em solo Montenegrino, vemos ao fundo as montanhas dos Alpes Albaneses ao fundo, cheias de neve.
Faz-nos sentido agora, a jeito de fecho e para quem queira vir para estas bandas, fazer um pequeno apanhado de algumas informações sobre Montenegro.

Capital: Podgorica (diz-se "Pogdoritza").
Moeda oficial: para já, é o euro (a União Europeia autorizou a sua utilização enquanto não instituem a moeda própria, já que são um país muito recente). 
ATM´s: há-os relativamente bem distribuídos por todas as cidades. Pode-se pagar com cartão em praticamente todo o lado.
Não é necessário nem visto, nem passaporte. Se forem cidadãos da União Europeia, o cartão único é tudo o que precisam de levar. 

Comunicação:

A língua oficial é o Montenegrino, uma versão "alterada" do sérvio.
Algumas palavras e expressões que nos deram jeito:

- Obrigada: Hvala (diz-se "rvala", com o r meio engasgado...)
- Olá: Zravo (exactamente como se lê)
- Sim: Da
- Não: Ne
- Ok: Dobro
- Adeus: Do videja ("dovidenia")
- Padaria: pekara
- Eu sou vegetariano: ja sam vegetarijanac (diz-se "ya sam vegetarianatse")
- Queijo: sir
- Sem carne (mais, "não carne): ne meso

Comida:

Nas montanhas, os pratos são muito a base de carne...estufados. O queijo, "sir", é óptimo. Bem como o iogurte. Também se come muito pimento, principalmente o vermelho. Para os vegetarianos, um prato típico que podem experimentar é o "Kačamak", feito de batatas e/ou farinha de milho, que fica tipo uma polenta forte. O "Burek" é um pastel folhado típico dos Balcãs. Há em todo o lado e pode ter carne, queijo, vegetais ou cogumelos. É quase um "fast-food" local, baratinho mas um pouco gorduroso para estar a comer a toda a hora.

Na costa, a comida é mais à base de peixe e no geral mais leve para as nossas artérias e coração. Normalmente vem acompanhada da "guarnição dalmata", que é uma mistura de batatas cozidas meio esmagadas, alho, azeite e uma verdura.

Restaurantes  a que fomos e podemos recomendar:

- Podgorica (frequentado por locais): Grill Beli
- Granhovo (restaurante numa casinha em madeira a beira da estrada): Stara kuĆa
- Kotor (restaurante familiar): Scala Santa
- Budva (para peixe): Jadran Kod Krsta
Restaurante Stara Kuca (Granhovo)
Restaurante Scala Santa (Kotor)
Transportes:

Se perguntarem acerca do comboio, o mais provável é dizerem-vos que não há. Haver há... mas são antigos, a cobertura da linha muito limitada e os horários não são os mais interessantes para quem tem pouco tempo para explorar o país. Nós não conseguimos chegar facilmente à informação e por isso não chegamos a usar.
Autocarros, há bastantes. A informação...também não é muito fácil de conseguir na internet. Quando perguntámos num posto de turismo, pesquisaram no link busticket4me. Foi o que começamos a fazer mas atenção que há mais autocarros do que os que lá aparecem. O preço é consoante a companhia que faz o transporte e diferentes horários são feitos por diferentes companhias. Se comprarem via busticket cobram 1 ou 2 euros a mais do que se comprarem na bilheteira do terminal de autocarros um pouco antes da viagem. Podem ter de pagar um extra por colocarem as malas na bagageira...

Aluguer de carro é boa uma opção se quiserem explorar áreas onde os transportes públicos não chegam. Alugámos pela booking, um carro que supostamente iria ficar a 6,5€/dia. No entanto, quando chegámos, acabaram por nos cobrarem mais uma serie de extras. Acabou por ficar por 19€/dia...mas era um carro bastante bom para irmos para as montanhas.  
Disseram-nos que em Podgorica os taxis dentro do perímetro da cidade são sempre 1€ por viagem, independentemente dos locais (com excepção de e para o aeroporto que fixam a cerca de 5-6€ para locais e 10-12€ para turistas).

Dormidas:

Escolhemos quase sempre as opções mais em conta, com marcação pelo booking (pela facilidade). O pagamento é feito directamente nos hostels/apartamentos. Atenção que em muitos deles cobram uma taxa de turismo extra por pessoa e por noite, que varia de sitio para sitio e pedem para tirar copia dos cartões de cidadão. Os que podemos aconselhar:
- Em Kotor: Old Town Hostel (dentro da cidadela) ou Hostel PUPA (apenas dormitório mas muito bem organizado e com boas condições)  
- Em Cetinje: as opções são no geral mais caras do que em qualquer outra lugar em Montenegro. Ficámos na Casa Calda.

Por último...há cães em todo o lado. No geral são amistosos e se forem um Pedro, irão seguir-vos para todo o lado.


Boas viagens à descoberta desse país de história, montanhas e costa incríveis!!

By Silvia e Pedro
  


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Budva...o Algarve cá do sitio

13.02.2018



Saímos da neve...para a chuva. A neve que tanto encantou o Pedro (isto porque depois de uns meses em Tromsø já não sou tão facilmente encantável por ela), em Cetinje, transformou-se numa chuva chata em Budva. Uma cidade costeira que cresceu ao estilo “Algarve de veraneio”, anexada à encantadora citadela. A parte antiga, da época medieval, são ruas estreitas com edifícios de dois andares de pedra calcária (quase uma mini Kotor). Igrejas antigas e muralhas da fortificação, mesmo ao lado do mar. Iates gigantes convivem ao lado dos tradicionais barcos dos pescadores.


Esta terra vê-se que outrora foi de pescadores. Hoje é uma estância balnear com um urbanismo confuso e meio caótico. Nesta altura de inverno está com uma aura de abandono e só nos resta deambular pelas ruas “meios pingos” de molhados que estamos, enquanto procuramos um sítio para eu finalmente comer as prometidas lulas grelhadas, a preços sobrestimados (em relação aos preços a que temos conseguido comer). Aqui não há grande escapatória. Mesmo no inverno, os únicos restaurantes abertos, praticam os preços de uma época alta de verão. Resta-nos apreciar o mar a nossa frente, o vinho tinto montenegrino, a decoração tipicamente “pesco-kish” e a simpatia dos empregados, com ar de comandantes de iates a caminhar para a reforma.



By Silvia

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Cetinje: a cidade real debaixo de neve

13.02.2018
Estamos em Cetinje (lê-se “Cetinhe”) e fomos surpreendidos esta manhã quando abrimos a janela com um verdadeiro nevão!

Nevou a noite inteira e a neve já acumulou quase meio metro no chão. Cobre tudo, todas as árvores. Estávamos quentinhos na cama (eram 7.30) mas com esse cenário, levantamos-nos tipo mola. Rapidamente fomos ver a cidade debaixo do branco. Parece-se completamente diferente de ontem à noite. É encantadora. Os edifícios são coloridos, bem preservados e envoltos em clima histórico. Sabíamos apenas que lhe chamam a cidade “royal”.




Assim que chegamos, fomos abordados em inglês por um local (as nossas mochilas denunciam-nos imediatamente como turistas), que nos perguntou de onde éramos. Quando dissemos “Portugal”, ele responde: “ah, Lisabonne...Samarago!!” (O erro ao nosso Nobel Saramago é bastante perdoável quando nós passamos o tempo a dar pregos na língua deles!). Uau...algo é diferente neste lugar...quando as referências ao nosso país são à literatura e não ao futebol!
Cetinje dá vontade de passear e explorar. No entanto, parece que o que é mais frequente são visitas passageiras. Turistas chegam em grandes autocarros de excursão, despejam pessoas para visitar os palácios e os museus durante umas horas, para depois regressarem aos respectivos autocarros e seguirem rapidamente os seus caminhos. É pena. Há aqui tanto mais!!

Os edifícios são maioritariamente do início do século XX. Há bastantes que são peculiares mas um dos mais interessantes (até pela sua estranheza), é da antiga embaixada francesa. Resa a história que foi encomendado para ser a embaixada francesa no Cairo mas por um erro na morada dos correios, veio parar a Cetinje, nos Balcãs. Ficou... e toda a cidade o tem como um dos mais emblemáticos, entre outras particularidades, pelos seus azulejos coloridos.
Esta é uma cidade jovem, de estudantes. Das artes, da literatura. Aqui todos falam (e gostam de falar), Inglês. Os cafés são com carácter e há os para todos os gostos: o dos “freaks”, o dos cinéfilos, o dos hippies, os da moda...enfim!

Algo que não conseguimos habituarmo-nos foi o fumo do tabaco em locais fechados. Uns anos de políticas anti-tabagistas em Portugal “habituaram-nos bem” e agora aqui, que se fuma em tudo o que é restaurante e café (não só nesta cidade mas em todo o Montenegro), deixa-nos bastante incomodados (sensação de roupa a cheirar a fumo de tabaco constantemente!). Mas aqui parece que fumar ainda é encarado como “trendy”: novos e velhos estão constantemente com um cigarro na mão.

Kotor!

12.02.2018

Chegamos a Kotor sem noite marcada, perto das 18 e já era noite cerrada. Sendo uma cidade rodeada de montanhas por todo o lado, a luz do dia cai mais cedo do que o que estamos habituados. Encontramos uma solução de última hora e percebemos que a razão para tudo estar esgotado era o carnaval. Kotor celebrava 500 anos de carnaval de inverno (semelhante ao de Veneza)...o que até nos valeu umas bebidas à borla no jantar!

Kotor está em tudo o que é brochura turística sobre Montenegro...e por uma boa razão. É bonito, a caminhada ao longo das muralhas até ao cimo da montanha onde está a fortaleza é algo muito particular. A baía no mar Adriático é encantadora. As ruas no interior da muralha são interessantes mas o turismo massificado mudou-a e aos habitantes, que com razão têm uma convivência de amor/ódio com os turistas. Há imensos gatos...o que por si é engraçado, mas sendo as ruas e casas todas de calcário, significa cheiro a areia de gato por todo o lado. Isto, no inverno...nem posso imaginar no verão!

       

By Sílvia 

A baía é toda rodeada por paredes íngremes, com uma presença forte, milenar e tranquila. Percebe-se o porquê da população se ter assentado naquele local: mar calmo para pescar e para sair para o Adriático, ao mesmo tempo que estavam totalmente abrigados de possíveis investidas marítimas inimigas. Cada degrau que subíamos na paisagem, Kotor revelava-se no seu todo. À distância a sua cor funde-se na rocha envolvente, enquanto na proximidade a sua cor de calcário creme, distingue-se.


Ao subirmos a escadaria das muralhas estamos sempre a ouvir a música local (aka pimba montenegrina) de celebração carnavalesca. Estamos demasiado expostos a ela, até que descobrirmos uma janela com um caminho até uma igreja abandonada, à entrada de uma depressao na rocha. Aqui aproveitamos para fazer uma pausa e almoçarmos. Somos bafejados por uma tranquilidade grande, um silêncio onde apenas ouvíamos os pássaros. Um abrigo dentro da baía de Kotor.

O mar plano funde-se com a verticalidade da paisagem no topo coberto de neve. Um prelúdio para o que viria a seguir...

By Pedro


terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Montanhas, vales e lagos

Saímos de Nikšic para a costa, atravessando uma parte das montanhas (e deixando os impressionantes  lagos à saída da cidade).
Lagos artificiais a saída de Niksic e os novos amigos do Pedro
Depois de pensarmos sobre a forma de nos deslocarmos por Montenegro, decidimos alugar um carro. Não que não houvessem autocarros (até há bastantes) ou comboios (com pouca cobertura e muito poucos horários). Mas iríamos demorar muito mais tempo e não teríamos hipótese de explorar locais onde os transportes não chegam. Claro que demoramos muito mais tempo a chegar a Kotor do que o que o google maps previu...


Saímos várias vezes do percurso. Uma delas para fazermos um pequeno passeio a pé, do sopé da montanha até um vale, onde se concentram pequenos locais com casas bastante dispersas. A paisagem é composta somente por calcários (o Pedro versão geólogo passou o tempo a falar em dobras “assim e assado”!). A vegetação está seca do frio do inverno, quase como ardidas, com o topo das montanhas cobertas de neve.

O que nos choca, é o lixo. Não há ainda hábitos nem de reciclagem (até nos doi a alma sempre que  temos de deitar para o lixo normal vidro ou plástico tudo junto), nem grande consciência ambiental no geral. Na beira da estrada várias vezes se veêm sacos do lixo despejados sem pudor, roupa velha, mobiliário e até animais mortos. É uma pena...mas pensando no que acontecia em Portugal 30 anos atrás, talvez não fosse asssim tão diferente.
As casas nos vales estão cuidadas mas também parecem algo abandonadas. Como se as pessoas tivessem desistido de ali viver permanentemente e foram tentar a sua sorte noutro local. Talvez venham nas férias. Algo também bastante similar ao que se passou em Portugal em tempos.

Ficámos com pena de não encontrar alguém com quem pudéssemos conversar para perceber melhor o que se passa por ali.
As estradas principais são boas e recentes. Mas atenção às estradas não marcadas. Sabe-se lá onde vão parar...rapidamente nos confrontamos com o desconhecido. Não há placas. Não há informação ou “viva-alma” (pelo menos nesta altura do ano), para pedir indicações. Facilmente se passam fronteiras e nem se percebe como...
By Silvia

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Diz que as montanhas são selvagens e os “pivos” são fortes!

Estamos em Montenegro!!


A nossa passagem por Podgorica foi o mais rápida possível. Confirmou-se o que nos disseram. É uma cidade que vestiu o véu do capitalismo com toda a sua convicção (o Pedro não partilha da mesma opinião que eu). Para eles, parece que a modernidade são os centros comerciais. As mulheres são especialmente cuidadosas com a aparência e deixam um rasto de perfume forte à sua passagem...capaz de sufocar os mais preparados.
Almoçamos num restaurante recomendado por uma Montenegrina. Lilia estava sentada ao meu lado no avião de Charleroi para Podgorica, quando reparou que eu estava a tirar notas de um guia sobre Montenegro e resolveu dar uma ajuda. Entre o meu francês arcaico e o inglês básico dela, falamos um pouco. Depois de lhe dizer que queríamos fazer uma caminhada nas montanhas, disse-me com um ar preocupado: “c'est sauvage!!!”. “Vou-te dar o meu número de telefone para se tiverem algum problema. Mas tenham cuidado!!”
Primeira impressão pela experiência com esta montenegrina de gema, emigrada 9 anos em Bruxelas, é que são simpáticos e empáticos.
Então, como tínhamos reservado carro no aeroporto, por sugestão do Pedro, oferecemos-lhe boleia, pela simpatia. Mostrou nos onde podíamos comprar comida local ou comer bem (ia morrendo logo com uma artéria bloqueada com tanta carne gorda! Mas havia alternativas vegetarianas igualmente gordas para o Pedro :)).

Dissemos depois do almoço adeus a Podgorica (sem grande mágoa) e seguimos para Noroeste, em direção ao mosteiro de Ostrog. Chegamos a tempo da missa das 6 da tarde. Impossível descrever esse lugar, essa atmosfera!


O mosteiro foi construído entre 2 grutas na montanha, em rocha vertical, por monges ortodoxos que fugiram da Bosnia- Herzegovina, no século XVII. Os incríveis frescos foram feitos mais tarde mas inserem se perfeitamente no cenário quase mágico do lugar. Antes de irmos embora, enchemos as nossas garrafas de água abençoado e seguimos caminho até Nikšic, onde tínhamos reservado quarto para a noite pelo booking. Aqui, é a forma mais fácil de encontra lugar para dormir. Consegue-se noite por 18-19 euros, para dois, pagando mesmo no local. O quarto era bastante aceitável, no entanto...ficamos com a sensação que faltavam alguns...acabamentos. Compensou talvez (ou talvez não), pela perfume que foi generosamente borrifado pelos lençóis.




O Pedro, aprendeu uma grande lição: as chaves de Montenegro são feitas de uma liga metálica demasiado fraca para abrirem um “pivo” à “moda cowboy” português.
De manhã, saímos de mansinho (com a devida compensação pela chave partida) e seguimos, rumo as montanhas!



By Silvia

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Montenegro

Várias horas de viagem...permitiram nos ler um pouco mais sobre a primeita região que iremos explorar nos Balcãs. Montenegro vem de Crna Gora. Crna é negro, Gora é monte, em montenegrino e italiano. O local é mesmo uma montanha negra, com 1749 m de altitude, chamado Mt Lovćen, localizado por detrás de Kotor. É um local especial para os montenegrinos já que para a maioria representa a história de uma nação inteira- uma ilha de rocha de resistência eslávica num mar de otomanos.

Montenegro existe como país independente da Sérvia desde 2006 mas conta a história que é uma região populada desde 1000 AC. Tem sido ocupado desde os tempos pelos romanos, eslavos, turcos/otomanos (entre outros), tornando-o de uma enorme diversidade étnico-cultural .

Amanhã aterraremos em Podgorica, a capital. Ouvimos dizer que não era muito interessante por isso resolvemos fugir directamente pelas montanhas em direção à região da Dalmácia (essa mesma de onde são originais os cães dálmatas).

Do videnja (adeus)

Silvia e Pedro 


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

eXcape para os Balcãs...

Porque, volta não volta, todos nós precisamos de um "eXcape"...parte 2. Desta vez, a dois!

Faz uns anos que não embarco à aventura assim de mochila às costas. Circunstâncias. Doutoramento. Mudanças de casa, de vida, de trabalho.
É agora a primeira vez na vida que tive direito a subsidio de férias (vida de cientista... precariedade a conta gotas, com bolsas, por mais de 11 anos). Então, pareceu-me justo usar o subsidio...em férias.
E desta vez junto-me ao Pedro. Outro andarilho de pé descalço, que como eu, aprecia mais a aventura e menos a comodidade.

Trocos contados no bolso, olho no mapa mundo e alguns lugares em mente para onde gostaríamos de ir, as vontades começaram a surgir. Eu quero mar. Ele quer montanhas. Ambos queremos lugares ainda genuínos e não completamente descaracterizados pelo turismo. E com história e ambiente natural. Com poucos Euros disponíveis, os Balcãs pareceram boa ideia à partida. Ele queria o Kosovo, a Macedónia, a Albânia. Eu queria a Croácia e Montenegro. Cedemos os dois e decidimos-nos por Montenegro e Albânia.

Em Novembro começámos a ver dos voos. Já sabíamos que Fevereiro e Novembro são os meses mais baratos para as viagens. Depois de vários dias a estudarmos as hipóteses mais em conta, decidimos-nos pelos voos da Ryanair, com ligação via Bruxelas na ida, e na volta por Budapeste com um voo low-cost pela Wizz airways e Ryanair, por Bruxelas de novo. Contas finais feitas, conseguimos os voos todos de ida e volta por cerca de 120 euros a cada um. Entretanto a Ryanair trocou-nos as voltas (costuma acontecer)... a política da companhia aérea mudou: para continuarmos a ter direito a 2 bagagens de mão em vez de apenas uma de pequenas dimensões (só malas a tira-colo dão), agora tem de se pagar o embarque prioritário. São mais 9 euros cada um...mas que compensa mais do que a surpresa desagradável de termos de pagar 50 euros para pormos cada mochila no porão, na altura da viagem.

"Word of advise": nestes low-cost, estudem bem as condições. Estejam atentos às alterações das políticas. Ou um voo que ia ficar de baixo custo acaba por ficar igual ou ainda mais caro do que os de  uma companhia normal.

As botas estão à porta.
As mochilas preparadas.
Temos gorros, luvas e casacos quentes...que comece a aventura!!!

By Silvia


ps- O Pedro ainda não fez a mochila e eu esqueci-me das minhas botas em casa... 😒 começa bem!