segunda-feira, 19 de março de 2018

Cidade das mil janelas

17.02.18

Em Berat há um equilíbrio interessante entre a antiguidade do património antigo dos Otomanos (bairro Magalem, atrás) e a modernidade dos habitantes mais jovens

Acordámos em Berat a pensar que tínhamos que mudar de sítio para dormir. Mesmo com os trocos contados, uma diferença de um ou dois euros na dormida não justifica uma constipação (a casa era mesmo bastante fria!). Se vierem para estes lados no inverno, certifiquem-se que o sítio para onde vão tem o aquecimento a funcionar. Há sítios que são muito bonitos para o verão mas que não servem para esta altura. Mas o passeio matinal deixou-nos convencidos que valeu a pena a viagem!! Berat é, sem dúvida, O sítio a ir. A cidade é antiga com duas zonas residenciais separadas pelo rio Osum (Gorica e Magalem, na margem esquerda e direita).


Bairro de Gorica, visto de Magalem

Ponte Gorica

Rio Osum em Berat, com o bairro de Gorica no lado direito

Património da UNESCO para a Humanidade desde 2008, tem um estilo arquitectónico único que mostra a coexistência de diferentes civilizações ao longo do tempo. Um exemplo disso é a ponte Gorica originalmente construída por volta de 1700, que ainda mantém a sua traça original apesar das sucessivas reconstruções. O castelo permite também visualizar bem a cidade e a forma como cresceu ao longo do vale. As ruas são estreitas e íngremes, com pedra calcária fina irregular, monte acima. As casas são de pedra antiga, recobertas de ripas finas de madeira, revestidas com barro e cal branca. Nota-se que há vontade em preservar a identidade original da cidade.



Há uma sensação de antiguidade em cada rua que se passa. As portas são de madeira e cada casa tem uma ao seu estilo, todas mantidas as antigas... os telhados que protegem os actuais residentes "vê-se" que são os mesmos que protegeram os seus antepassados. Como no resto do país, as montanhas com os cumes brancos impõem-se, rodeando a cidade.

Vista geral para Sul de Berat, a partir do castelo
O Castelo 
A dinâmica de Berat é bastante interessante...Com um ritmo tipicamente albanês, as pessoas vivem muito a rua e os cafés. De manhã aproveitam o sol frio que brilha e caminham ao longo das margens do rio, passando muito tempo em grupos a jogar damas e xadrez, ou simplesmente nas esplanadas. Apenas quando o sol se põe é que a dinâmica da cidade acalma chegando a parecer meio fantasmagórica com as suas casas brancas, a pairar em cima do rio...
Jogar dominó ou xadrez é muito comum nas ruas desta cidade e em todo o país, parece.
Vista geral da parte baixa, onde os principais cafés e comércio se situa

Cafés e esplanadas cheias de vida

Em Berat, faz como os locais...aproveitámos bem o óptimo café nas tardes solarengas de Inverno

Em poucos dias temos de regressar a Lisboa. Teremos de apanhar o primeiro avião em Tirana por isso, com pena por não podermos explorar um pouco mais a Albânia, Berat marca o ponto mais a sul da nossa viagem. Mas deixámos o melhor para o fim. Temos ainda uns dias para explorar a capital deste país tão surpreendente. Acompanhem-nos nesta descoberta!

By Silvia and Pedro

quarta-feira, 7 de março de 2018

Rumo a Sul..."p'ra Berat"!

16.02.2018

Passámos o dia todo em viagem...
1. Shkoder- Tirana; 2. Tirana- Fier; 3. Fier - Berat
Queríamos ir até Berat. O que olhando para o google maps seriam de Shkoder (onde estávamos) e passando por Tirana, cerca de 200 km. Em Shkoder percebemos facilmente onde se apanhavam os autocarros para a Capital (Tirana) e que havia com bastante regularidade.

Existem dois tipos de autocarros:
- Os maiores saem a horas certas, havendo de hora em hora e custam entre 300 a 400 Lek (cerca de 2,5€).
- Os mais pequenos, a que chamam "furgons", partem quando enchem de gente, são mais rápidos e um pouco mais caros, entre 400 a 500 Lek (cerca de 3,5€).

No sitio onde tínhamos dormido em Shkoder, incluía pequeno almoço. E eu quis aproveita-lo...o que significou esperar até às 9.30, quando a mocinha chegava com os "bureks" e croissants directamente da "Furre" (padaria) mais próxima :) Estavam bem bons... mas graças a isso, só conseguimos apanhar o autocarro (o grande) às 10.45.

Foi uma viagem bastante tranquila. Os autocarros são antigos mas estão bem mantidos, em que pagámos 300 Lek (2€) e chegamos a Tirana por volta das 12h. E ai começou a confusão... Tínhamos lido que para Berat os "furgons" apanham-se em frente à nova igreja ortodoxa. O problema é que... há pelo menos 3 igrejas ortodoxas no "google maps". Qual é a nova? Escolhemos a que nos pareceu mais lógica e... Perdemos-nos, encontrámos, para depois percebermos que não era ali. As horas iam passando e nada de conseguirmos encontrar o sitio para apanhar o transporte. É mesmo "tricky".

Finalmente, por volta das 15h, encontrámos o sitio de onde partem os "furgons". Mas... o problema prolongou-se. Com pouco turismo no inverno, não há nenhum que sigue para Berat. A alternativa era ou voltarmos para o terminal de autocarros (a cerca de 2 km de distância) e arriscarmos a não apanhar o último (que tínhamos lido ser pelas 15h), ou fazer o que um policia nos sugeriu: apanhar um "furgon" para Fier (que nem sabíamos onde era) e de lá apanharmos outro para Berat. Optamos pela segunda hipótese. O nosso percurso foi mais ou menos o do mapa na foto!


Chegámos pelas 18 horas... noite cerrada e moídos até dizer chega. O importante é que chegámos à cidade otomana de Berat. ao longo da viagem tivemos várias experiências etnográficas, incluindo viajar com sacos com galinhas a tentarem escaparem-se pelos seus buracos.


Berat pareceu-nos frio, húmido e cheio de gente de todas as idades a passear na rua a uma sexta feira a noite. Bastante convidativo! A descoberta a sério ficou para o dia seguinte...


by Silvia